Além disso, Lula também disse que falou com Nicolás Maduro por 40 minutos e com o americano pelo mesmo tempo. “Aqui é zona de paz. Não sei qual interesse nessa guerra. Ninguém coloca na mesa o que quer. Falei pro Maduro que se quiser ajuda, precisa dizer. Disse ao Trump que temos interesse em mediar diálogo para evitar um confronto armado aqui”. Sobre o PL da Dosimetria, aprovada pelo Senado na noite de ontem com 48 votos favoráveis, Lula disse que vai vetar na íntegra o Projeto de Lei que reduz as penas dos condenados pelo 8 de janeiro de 2023.
A matéria beneficia diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, inimigo político número 1 de Lula. O presidente garantiu o veto. “Tenho dito que pessoas que cometeram crime contra a democracia aterão de pagar. Nem terminou o julgamento e já aprovaram redução de pena. Na hora que chegar na minha mesa, eu vetarei”, garantiu o presidente durante um café com jornalistas que trabalham no Palácio do Planalto.
Nos bastidores, o que se fala é que Lula foi orientado pelos auxiliares a falar publicamente sobre o assunto. A estratégia é passar a ideia de que o governo tem tolerância zero com o golpismo e que valoriza a democracia. Ontem, a base aliada não obstruiu os trabalhos. A conversa de bastidor é de que o governo fez uma troca: não atrapalharia a tramitação do projeto e em troca as pautas do governo seriam aprovadas. Lula negou. “Se houve esse acordo, não fui informado”.
Sobre o acordo com UE-Mercosul, o presidente afirmou que ligou hoje para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e que ela não é contra a assinatura do texto. “Minha surpresa foi ontem ao saber que a Itália estava junto com a França não querendo assinar… e na conversa ponderou pra mim que não é contra o acordo, está vivendo um certo embaraço político por causa dos agricultores italianos e pediu no máximo um mês para que a Itália estivesse de acordo.” Também reforçou que o acordo está sendo discutido há mais de 26 anos.
Sobre as fraudes no INSS, o presidente afirmou que caso seu filho e irmão estejam envolvidos, eles serão investigados. “Decisão de apurar o fato foi do governo. Demorou porque a gente não queria fazer pirotecnia, queria investigar com seriedade”, disse. “A Controladoria Geral da União levou praticamente dois anos fazendo investigação, porque seria muito fácil você fazer uma denúncia e não apurar.”
“Todas as pessoas que estiverem envolvidas diretamente ou não serão investigadas”, disse. “Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado. Se tiver o Haddad vai ser investigado”, completou.
